terça-feira, 9 de outubro de 2018

3º Ano / 4º Bim.


O UNIVERSO DAS ARTES

Alberto Caeiro é um dos heterônimos de Fernando Pessoa e é incrível como neste poema:
O meu olhar é nítido como um girassol
Tenho o Costume de andar pelas estradas
Olhando para direita e para esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo podemos encontrar suficientes caminhos de descobrimento para significações da arte principalmente entendendo o olhar do artista que realmente nasce a cada momento, a cada criação; e este nascimento é para o momento, novo; ao mesmo tempo em que é, eterno. Fernando Pessoa criou vários personagens e este Alberto Caeiro nos mostra com sua filosofia simples que coisas aparentemente distintas caminham mais íntimas que possamos imaginar.
Ora se arte não é novidade/eternidade; eternidade/novidade? O artista a cada momento transforma-se, recicla-se sempre em busca do novo em si mesmo e essa busca é na verdade também em algo que existe desde sempre e que nunca deixará de existir, ou seja, é eterno. A autora exemplifica citando Monet que pinta a mesma catedral e na verdade a “mesma” não existe, pois a cada catedral pintada, uma nova catedral nasce e posso citar o poeta paraense Max Martins que hoje em dia já não mais cria ou cria muito pouco, porém, refaz, reescreve muito mais, conserta, reorganiza poemas outrora escritos.
Então podemos concluir que dentro da arte o eterno e o novo se fazem em um só e “o que há de espantoso nas artes é que elas realizam o desvendamento do mundo recriando o mundo noutra dimensão e de tal maneira que a realidade não está aquém e nem na obra, mas é a própria obra de arte”. O homem faz arte também no intuito de descobrir o mundo e o faz descobrindo a si mesmo. Se conhecer também é o caminho para a evolução.
Arte e Técnica
Ainda pouco vimos que eterno e novo são distintos e ao mesmo tempo semelhantes. Quando nos propomos a entender Arte e Técnica vimos também percebemos semelhanças e diferenças entre ambas. Podemos dizer que um médico tem a arte de curar, a arte médica e podemos ainda dizer que este médico é técnico em curar, a técnica médica, mas, examinado com mais cautela já percebemos alguma diferença: a minha impressão é que técnica é o aprofundamento da arte. O médico se forma em medicina e se especializa em algum ramo da medicina, ou seja, se especializa, se torna técnico em tal área. Na verdade nos dias atuais, muita coisa mudou não só quanto a esses termos, mas também como a arte médica, hoje, caminho para quem quer ter estabilidade no futuro sem muitas vezes, ter a capacidade médica, a arte médica, a técnica médica. O que pode nos auxiliar no entendimento é justamente ir de encontro às origens destas palavras, o que Marilena Chauí faz questão de esclarecer:
Ars: Arte em Latim que é correspondente ao termo grego techne que para nós significa técnica. No sentido lato, significa habilidade, desteridade, agilidade. Em sentido estrito, instrumento, ofício, ciência. Seu campo semântico se define por oposição ao acaso, ao espontâneo e ao natural. No sentido mais geral, arte é um conjunto de regras para dirigir uma atividade humana qualquer. É justamente por isso que citei o exemplo médico, mas poderíamos citar inúmeros como o faz Chauí: arte política, arte bélica. Retórica, lógica, poética etc. Porém podemos também examinar arte e técnica pelo viés da música. Ora, um músico pode ter a arte de tocar, mas pode não ter a técnica e do contrário também, neste caso, ocorre.
Platão não distinguia arte, ciências e filosofia, uma que estas são atividades regradas e ordenadas, como a arte o é. A divisão platônica “era feita de dois tipos: as judicativas, isto é, dedicadas apenas ao conhecimento, e as dispositivas ou imperativas, voltadas para a direção de uma atividade com base no conhecimento de suas regras”. O que percebemos é que há complementações nas idéias platônicas, pois Aristóteles já estabelece uma outra perspectiva que perdura durante muito tempo na cultura ocidental. Ciência-Filosofia distingue-se de arte ou técnica: “a primeira refere-se ao NECESSÁRIO, isto é, ao que não pode ser diferente do que é, enquanto a segunda se refere ao CONTINGENTE ou ao POSSÍVEL, portanto, ao que se pode ser diferente do que é. Outra distinção é feita no próprio campo do possível, pela diferença entre ação e fabricação, isto é, entre PRÁXIS e POIESIS. A política e a ética são ciência da ação enquanto artes ou técnicas são atividades de fabricação”.
Para completar a distinção Plotino separa teoria e prática e distingue também as técnicas ou artes cuja finalidade é auxiliar a natureza como medicina e agricultura daquelas cuja finalidade é fabricar como as matérias oferecidas pela natureza como o artesanato. Também as artes ou técnicas que não se relacionam diretamente com a natureza como música e retórica, por exemplo, que, tendo efeito principal no indivíduo tornando melhor ou pior.
O que nos chama atenção é que essa formação ou classificação da arte ou técnica venha se formar nas sociedades antigas, justamente nas sociedades em que não era valorizado o trabalho manual justamente por ser feito pela mão-de-obra escrava. Outro aspecto interessante é que para cada época da história humana, encontra-se uma divisão quanto às artes e/ou as técnicas. Por exemplo, até o século XV, as artes são divididas entre artes liberais (dignas de um homem livre) e servis ou mecânicas (própria do trabalhador manual).
Durante a Idade Média, Santo Tomás de Aquino justifica a diferença entre as artes que dirigem os trabalhos com a razão e as que dirigem os trabalhos com as mãos e assim, baseando-se nisso, institui que as artes liberais são: gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, astronomia, e música. Sendo artes mecânicas todas as atividades técnicas: medicina, arquitetura, agricultura, pintura, escultura, olaria, tecelagem etc. Ficam as perguntas: Um artista que usa as mãos não utiliza a razão e vice-versa? É interessante observar que nos dias atuais o termo profissional liberal é justamente o oposto do que era ser liberal Idade Média.
Na Renascença, porém, há uma busca pela valorização do trabalho manual, ou seja, pelas artes mecânicas que tinha até aquele momento um status diferente, inferior ao das artes liberais e esta valorização não passa de interesse econômico tendo em vista que o capitalismo começara a dar seus primeiros passos e as fontes e causas das riquezas vinham do trabalho manual. A primeira dignidade obtida pelas artes mecânicas foi sua elevação à condição de conhecimento, como as artes liberais. A segunda dignidade foi alcançada no final do século XII e a partir do século XIII, quando se distinguiram as finalidades das várias artes mecânicas, isto é, as que têm como fim o que é útil aos homens – medicina, agricultura, culinária, artesanato – e aquelas cujo fim é o BELO – pintura, escultura, arquitetura, poesia, música, teatro dança. Desse modo, com a idéia de beleza surgem as belas artes, modo pelo qual nos acostumamos a entender a arte. Daí em diante a distinção entre as artes acarretou uma separação entre técnica (o útil) e arte (o belo). O que criou uma forte imagem da sensibilidade e da fantasia do artista como gênio-criador. “Enquanto o técnico é visto como aplicador de regras e receitas vindas da tradição ou da ciência, o artista é visto como dotado de INSPIRAÇÂO, entendida como uma espécie de iluminação interior e espiritual misteriosa, que leva o gênio a criar a obra”.
Emmanuel Kant viria estudar amplamente o juízo de gosto, conceito que surgira a partir da conclusão de que a obra de arte é pensada a partir de sua finalidade – a criação do belo – onde podemos observar inseparável da figura do público (espectador, ouvinte, leitor), que julga e avalia o objeto artístico conforme tenha ou não realizado a beleza. E é justamente essas discussões do belo, da beleza, do gosto do público, do lado da obra, do gênio criador, inspiração que vêm ser os pilares da construção e uma disciplina filosófica: a estética. Todavia, desde o final do século XIX e durante o século XX, modificou-se a relação entre arte e técnica. Na verdade conceitos também mudaram e, por exemplo, técnica deu espaço à tecnologia e também por outro lado as artes passaram a ser concebidas menos como expressão genial misteriosa e mais como expressão criadora como transfiguração das possibilidades de cada linguagem artística como o movimento, do visível, do sonoro etc.
Para expressarem-se os artistas recorrem às técnicas, como sempre o fizeram apesar daquela imagem de gênio criador inspirado, que tira de dentro de si a obra.
Arte e Religião
Historicamente, o trabalho e a religião desempenharam papéis fundamentais para humanidade no sentido de sua organização como sociedade, sendo que, o trabalho traz noções de vida em comunidade e a religião noções de autoridade esta sociabilidade proporcionada por ambos instituem também símbolos de organização quanto ao espaço/tempo, corpo/espírito. Com isso, as artes, tanto mecânicas quanto técnicas tornam-se inseparáveis do trabalho e da religião.
Na verdade essa relação com o sagrado que organiza o espaço e o tempo e ainda o sentimento da comunhão, também separa o Homem e Natureza e deles com o divino simbolizam o todo da realidade pela sacralização, ou seja, as atividades humanas assumem formas ritualísticas como, por exemplo, doença e cura, nascimento e morte, mudança de estações, a semeadura e a colheita, a passagem do dia à noite etc.
Por muito tempo então, se têm arte como atividades técnico-religiosas, pois pintar, edificar, cozinhar, caçar, plantar, assumem as mesmas características de ritos, sendo assim, tidas como iguais tendo em vista que o trabalho e a religião tendem sacralizar e ritualizar a vida. Serão ainda necessários alguns anos e profundas transformações histórico-sociais para as belas artes, como hoje conhecemos, tornarem-se independentes, dotadas de valor, autonomia e significações próprias.
O interessante é que antes de acontecer de fato, esta “emancipação” das linguagens, os artistas eram tidos também como “magos”, devido o conhecimento em diversas áreas como nas combinações médico/astrólogo/músico ou arquiteto/dançarino/escultor – tão raras quanto atuais – pois eram iniciados em mistérios, ou seja, em um rito sagrado. Aprendia-se a conhecer a matéria prima para uma determinada arte e manusear os instrumentos necessários para sua criação. A dimensão religiosa das artes deu objetos artísticos ou às obras de arte uma qualidade que foi estudada pelo filósofo alemão Walter Benjamim: a aura. Mas o que é a aura?
“A aura é a absoluta singularidade de um ser – natural ou artístico –, sua qualidade de eternidade e fugacidade simultâneas, seu pertencimento necessário ao contexto onde se encontra e sua autenticidade, o vínculo interno entre unidade e durabilidade. Única, uma, irrepetível, duradoura e efêmera, aqui-agora e parte de uma tradição, autêntica: a obra de arte aurática é aquela que torna distante o que está perto, porque transfigura a realidade, dando-lhe a qualidade da transcendência”. O que mais fascina na obra de Walter Benjamim é sua capacidade de exemplificar de maneira simples, suas idéias. Em seu ensaio intitulado “A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica” escreve: “Em suma, o que é a aura? É uma figura singular, composta de elementos especiais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja. Observar, em repouso, numa tarde de verão, uma cadeia de montanhas no horizonte, ou um galho, que projeta sua sombra sobre nós, significa respirar a aura dessas montanhas, desse galho”. Na verdade voltamos ao início quando vimos na unidade do eterno e do novo, pois a aura é também o momento que é singular, é novo e é eterno.
Marilena Chauí conclui o texto complementando e esclarecendo e justificando o fato de o artista ser considerado, outrora, como gênio criador, mágico. Justamente por entender-se que as significações e características de arte em cada momento histórico não tiram sua essência, que é a capacidade e a possibilidade de criação e interpretação: “Passando do divino ao belo, as artes não perderam o que a religião lhes dera: a aura. Não por acaso, o artista foi visto como gênio criador inspirado, indivíduo excepcional que cria uma obra excepcional, isto é, manteve em sua figura o mistério do mágico antigo”.
Arte e Filosofia
Poética e Estética. É o que separa em momentos pelo qual a filosofia teorizou e buscou compreender a arte racionalmente. No primeiro momento inaugurado por Platão e Aristóteles, onde tratam as artes sob a forma da poética. Na obra aristotélica Arte Poética o pensador grego trata das artes da fala e da escrita, do canto e da dança: a poesia e o teatro (tragédia e comédia). A palavra poética é a tradução de poiesis, portanto, para a fabricação. A arte poética estuda as obras de arte como fabricação de seres e gestos artificiais, isto é, produzido pelos seres humanos.
No segundo momento conhecemos Estética, termo utilizado pela primeira vez – para referir-se às artes quanto ao estudo das obras enquanto criações da sensibilidade, tendo como finalidade o belo – por Alexander Baumgarten por volta de 1750 que vem do grego aesthesis, que significa conhecimento sensorial, experiência, sensibilidade. A Estética pouco a pouco substitui a noção de arte Poética e passa a designar toda a investigação filosófica que tenha por objeto as artes, uma arte ou ainda, determinadas obras de arte. Do lado do artista e da obra, busca-se a realização da beleza; do lado do espectador e receptor, busca-se a reação sob a forma do juízo de gosto, do bom gosto.
A noção de estética, quando formulada e desenvolvida nos séculos XVIII e XIX, pressupunha:
1 – que a arte é produto da sensibilidade, da imaginação e da inspiração do artista e que sua finalidade é a contemplação;
2 – que a contemplação, do lado do artista, é a busca do belo (e não do útil, nem do agradável ou prazeroso) e, do lado do público, é a avaliação ou o julgamento do valor de beleza atingido pela obra;
3 – que o belo é diferente do verdadeiro.
Relação entre arte e natureza
A arte é mimésis, ou seja, imitação. “A arte imita a natureza” defende Aristóteles e segundo o que escreve o pensador, resulta da atividade do artista imitar outros seres por meio de imagens, sons, cores, formas, volumes etc., e o valor da obra decorre da habilidade do artista para encontrar materiais e formas adequados para obter o efeito imitativo.
O que na verdade não podemos confundir é imitação com reprodução, pois há uma linha, ainda que tênue, que separa as duas. Imitar mais assemelha então a representar a realidade para que “a obra figure algum ser (natural ou sobrenatural), algum sentimento ou emoção, algum fato (acontecido ou inventado). Harmonia e proporção das formas, dos ritmos, das cores, das palavras ou dos sons oferecem a finalidade a ser alcançada e estabelecem as regras a serem seguidas”.
A partir do romantismo (portanto, após quase 23 séculos de definição de arte como imitação), a filosofia passa definir obra de arte como criação. E a idéia de inspiração torna explicadora da atividade artística. A terceira concepção, mais contemporânea, vê a arte como expressão e construção. “A obra de arte não é pura receptividade imitativa ou reprodutiva, nem pura criatividade espontânea e livre, mas expressão de um sentido novo, escondido no mundo, eu um processo de construção do objeto artístico, em que o artista colabora com a natureza, luta com ela ou contra ela, separa-se dela ou volta a ela, vence a resistência dela ou dobra-se às exigências dela”. Essa concepção corresponde ao momento da sociedade ao momento da sociedade industrial, da técnica transformada em tecnologia e da ciência como construção rigorosa do real. “Arte é trabalho da expressão que constrói um sentido novo (a obra) e o institui como parte da cultura”.
O artista é um ser social que reflete na sociedade, para a sociedade, pela sociedade seja para criticá-la, para afirmá-la ou ainda para superá-la e o faz exprimindo-se, expressando-se, comunicando-se através de seu modo de estar no mundo na companhia de outros seres humanos.
Relação entre arte e humano
Também é na Grécia que iniciam as discussões referentes à relação entre o humano/arte/humano. Platão considera a arte conhecimento e essa concepção logo vem ser alterada por Aristóteles, que também sofrerá mudanças no decorrer da história, que considera a arte como atividade prática. Para Platão a arte está no mundo mais baixo do conhecimento, pois, considera imitação das coisas sensíveis sendo elas próprias imitações imperfeitas. Na Renascença, porém, o conceito de Platão volta à tona, mas com um novo sentido: e o que é afirmado então é que a “a arte uma forma alta de acesso ao conhecimento ficando abaixo apenas da filosofia e do êxtase místico”. Essa mudança se deve principalmente porque na Renascença redescobrem-se os escritos Hermético em que diz que o Deus criou o Homem dotado de criatividade o que lhe dá acesso ao conhecimento das formas secretas das coisas. E é justamente no Romantismo é que a arte como expressão encontra seu apogeu quando é concebida como o “órgão geral da filosofia”, sob três aspectos diferentes: para alguns, a arte é a única via de acesso ao universal e ao absoluto; para outros, como Hegel, as artes são a primeira etapa da vida consciente do Espírito, preparando a religião e a filosofia; e outros, enfim, a concebem como o único caminha para reatar o singular e o universal, o particular e o geral, pois, através da singularidade de uma obra artística, temos acesso ao significado universal de alguma realidade. Essa última perspectiva é a que encontramos, por exemplo, no filósofo Martin Heidegger, para quem a obra de arte é desvelamento e desvendamento da verdade.
Funalidades-funções da arte
Na história das artes nos deparamos com duas concepções ligadas às finalidades artística: a concepção pedagógica e a expressiva. Novamente, porém, vamos encontrar raízes profundas na Grécia Antiga onde Platão e Aristóteles encontram formulações: Platão, na República defende que a cidade perfeita é aquela onde são excluídos poetas, pintores e escultores porque “imitam as coisas sensíveis e oferecem uma imagem desrespeitosas dos deuses, tomados pelas paixões humanas; porém, coloca dança e música como disciplinas fundamentais na formação do corpo e da alma”. Aristóteles, na Arte poética, desenvolve de maneira aprofundada o papel pedagógico das artes onde especialmente a tragédia que segundo o filósofo, tem a função de produzir a catarse, ou seja, a purificação espiritual dos espectadores além de proporcionar a comoção e o horror. Essa função catártica é atribuída sobretudo à música. Na Arte poética Aristóteles escreve: A música não deve ser praticada por um só tipo de benefício que dela pode derivar, mas por usos múltiplos, já que pode servir para a educação, para proporcionar a catarse e, em terceiro lugar, para o repouso da alma e a suspensão de sua fadigas. A autora faz então uma ligação entre Aristóteles e Shakespeare quando lemos em O mercador de Veneza ouvimos, segundo Chauí, o ecoar das palavras do filósofo grego:
Todo homem que em si não traga a música
E a quem não toquem doces sons concordes,
É de traições, pilhagens, armadilhas.
Seu espírito vive em noite obscura,
Seus afetos são negros como o Érebo:
Não se confie em homem tal...
A concepção pedagógica da arte reaparece em Kant quando afirma que “a função mais alta da arte é produzir o sentimento do sublime”
Arte e sociedade
As mudanças ou transformações sofridas pelas artes se vistas de maneira mais cuidadosa e atenciosa, mostram que na verdade essas mudanças/transformações, ocorrem apenas de dois tipos: as alterações quanto ao fazer artístico diferenciando-se em escolas de arte conhecidas também como estilos artísticos como pro exemplo o barroco, clássico, romântico, impressionista, futurista, surrealista etc.
As primeiras discussões sobre arte e sociedade trouxeram duas vertentes filosóficas opostas: a primeira afirma que arte só arte se for pura, ou seja, se não estiver compromissada com interesses de outras naturezas que não sejam artísticos como a política, a economia, a história. Trata-se portanto da defesa da “arte pela arte”. A outra vertente defende uma arte engajada, na qual o artista toma posição diante da sociedade e encara o seu ofício como maneira prática de lutar em benefício da sociedade auxiliando na transformação e melhoria da realidade.

Diferença entre Arte e Estética:
Arte: vem do latim ARS e significa TALENTO / SABER FAZER. Hegel define a Arte como "o meio entre a insuficiente existência objetiva e a representação puramente interior: ela nos fornece os objetos mesmos, mas tirados do interior... limita nosso interesse à abstrata aparência que se apresenta a um olhar puramente contemplativo".
Estética: vem do grego AISTHETIKÓS e significa PERCEBER / SENTIR. O termo "estética" foi criado por Baumgarten no séc. XVIII para designar o estudo da sensação, "a ciência do belo", referindo-se a empiria do gosto subjetivo, àquilo que agrada aos sentidos, mas elaborando uma ontologia do belo.

Convite à Filosofia
Marilena Chaui
Ed. Ática, São Paulo, 2000.

Nenhum comentário:

Postar um comentário