Durante o evento, a Liga Canábica – grupo local que defende a liberação do remédio para fins de tratamento de saúde – informou que, até o momento, apenas 100 pacientes no estado possuem autorização para o uso do medicamento.
O destaque do debate foi a exposição feita pela líder do Grupo de Pesquisa em Cannabis Medicinal da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Katy Lísias de Albuquerque. Ela mencionou os dados positivos de pacientes que usaram o canabidiol a partir de estudos feitos na Paraíba. Segundo ela, em 55% dos casos, não houve registro de efeitos colaterais. E em apenas 5% dos casos, foi registrado apenas um desconforto gástrico. “São resultados expressivos e que, portanto, nos levam a acreditar na eficácia do tratamento”, disse.
Validação
A representante da Liga Canábica no Maranhão, Mary Coely Tavares, informou que a meta da entidade é validar a pesquisa medicinal da maconha no território maranhense, evitando assim o uso – por parte de parentes de pacientes com microcefalia – de métodos considerados menos confiáveis. “Há o registro do uso, por exemplo, de medicamentos feitos a partir dos conhecimentos indígenas, cuja eficácia ainda não é comprovada. Logo, a ideia é autorizar o uso da maconha para este fim medicinal no Maranhão”, disse.
Segundo ela, na Paraíba – estado considerado referência nos estudos da maconha para fins de tratamento – a manipulação da maconha no tratamento de pacientes foi autorizada judicialmente. No Maranhão, a Defensoria Pública do Estado (DPE) acompanha o caso. “Tivemos reuniões na defensoria este ano para definir quais mecanismos precisamos seguir para, enfim, dar este alento às famílias com pacientes nestas condições”, frisou Mary.
Além da microcefalia, o canabidiol também é usado no tratamento de pessoas com mal de Parkinson e autismo. Enquanto que no Brasil a oferta do medicamento ainda é restrita, por questões legais, em outros países como nos Estados Unidos, o canabidiol é usado para intuitos medicinais como, por exemplo, nos cães no combate a dores nos ouvidos.
Mais
Em janeiro deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do Mevatyl para o tratamento da esclerose múltipla. O medicamento, aprovado em cerca de 28 países, atua na minimização dos efeitos de rigidez muscular. No caso da microcefalia, a Anvisa informou que, no momento, o Mevatyl não pode ser usado pela possibilidade de agravamento das crises epilépticas, comuns nos pacientes.
Fonte: O Estado do Maranhão
http://panoramafarmaceutico.com.br/2017/11/24/discutido-uso-de-canabidiol-para-tratamento-de-pacientes-com-microcefalia/
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